História do Bilhar
História do Bilhar

  

Bilhar é um jogo de salão em que se utiliza certo número de bolas de resina sintética, dispostas sobre uma mesa, as quais devem ser impulsionadas por meio de um bastão, o taco, para que se desloquem umas às outras ou caiam em caçapas. Sua origem é incerta, mas ao que parece jogos semelhantes existiam no Egito e na Grécia antigos. Santo Agostinho, no século V, o menciona nas Confissões. As primeiras referências modernas ao jogo encontram-se em obras de Shakespeare e Ben Jonson, no século XVII. No início do século XIX as regras diferiam pouco das atuais. A regulamentação definitiva estabeleceu-se em 1922, quando foi criada a Union Internationale des Fédérations d'Amateurs de Billard.

A mesa retangular em que se joga o bilhar tem a superfície recoberta de feltro verde. Embutidas em suas bordas encontram-se tiras elásticas de borracha (tabelas) para impedir que as bolas percam, ao tocá-las, muito de seu impulso inicial. Os tacos modernos medem de 1,50 a 1,70cm de comprimento e sua ponta, levemente arredondada, pode ser recoberta de couro, plástico ou fibra. São tradicionalmente feitos de madeira, mas já é comum o uso de tacos de alumínio. Para a execução de lances difíceis, o jogador conta com suportes (fanchos), onde se apóia o taco. A fricção da ponta do taco com giz evita o deslizamento (espirro) e permite tocar a bola em diferentes pontos, o que produz efeitos especiais de trajetória.

As bolas de bilhar eram originalmente feitas de marfim. No princípio do século XX passaram a ser fabricadas com uma mistura de nitrocelulose, cânfora e álcool. De 1920 em diante, se impôs o uso de resina sintética, mais resistente e prática, que apresenta ainda a vantagem de não perder o brilho. No bilhar inglês e na sinuca usam-se caçapas (bolsas de couro ou malha para receber as bolas), em número de seis, dispostas nas quatro quinas da mesa e nas laterais maiores.

Bilhar inglês: a mesa do bilhar inglês mede 360cm de comprimento, 180cm de largura e 85cm de altura. As três bolas, uma vermelha e duas brancas, que se diferenciam por um ponto negro, têm cinco centímetros de diâmetro e pesam 150g. Os pontos podem ser marcados de três formas: (1) lance perdedor, em que o jogador encaçapa sua bola depois que esta bate em outra. Contam-se dois pontos se a bola atingida for a branca e três se for a vermelha; (2) lance ganhador, em que o jogador encaçapa outra bola que não a sua. A contagem de pontos é a mesma que no lance anterior; (3) carambola, o lance mais comum, em que a bola do jogador toca as outras duas, simultânea ou sucessivamente. Essa jogada vale dois pontos. Enquanto fizer carambolas, o jogador continua com a vez. O jogo se encerra quando um jogador atinge o número de pontos convencionado.

Bilhar francês: disputado em mesas de 300 x 150cm ou de 270 x 140cm, sem caçapas, o bilhar francês já foi muito difundido no Brasil. As bolas são menores que no bilhar inglês e o objetivo de cada jogador é fazer carambolas sucessivas, que valem um ponto cada uma. Numa variante denominada bilhar de três tabelas, a bola do jogador, depois de bater em outra, deve tocar três vezes as tabelas antes de carambolar na terceira bola. Marca-se ponto também se a bola do jogador, depois de três tabelas, bate nas outras duas bolas, ou sucessivamente na tabela, numa bola, em mais duas tabelas e, por fim, na última bola.

Sinuca: dentre todos os jogos similares, a sinuca é o mais popular no Brasil. Joga-se numa mesa semelhante à do bilhar inglês, com oito, dez ou 22 bolas, das quais uma, três ou 15, respectivamente, são vermelhas e valem um ponto cada. Na sinuca de oito bolas, além da branca (jogadeira) e da vermelha, há uma amarela (dois pontos), uma verde (três), uma marrom (quatro), uma azul (cinco), uma rosa (seis) e uma preta (sete), que devem ser encaçapadas sucessivamente. O jogador perde pontos se atingir uma bola que não seja a da vez e não conseguir encaçapá-la, ou ainda se encaçapar a jogadeira (suicídio). Ganha o jogo aquele que, ao encaçapar a bola preta, tiver maior número de pontos.